O diretor Michael Moore
Foto: Reuters
A exibição da fita na noite de segunda-feira gerou uma sessão de aplausos de 20 minutos de duração, com direito a gritos inflamados de protesto contra George W. Bush. De acordo com o respeitado jornal especializado Screen International, o filme é o principal favorito para levar o prêmio máximo do festival.
O último documentário a ficar com a Palma de Ouro foi The World of Silence, em 1956. Tiros em Columine ficou o prêmio especial do juri, em 2002. Os premiados serão anunciados no domingo.
Entre as críticas mais calorosas estão a do jornal inglês The Guardian e, surpresa, do americano conservador Wall Street Journal. O primeiro diz que Moore fez com que "ser americano em Cannes deixasse de ser um problema". "Se os franceses pudessem votar nos Estados Unidos, Bush seria expulso da Casa Branca pelo público de Cannes", diz o jornal.
O Guardian também disseca a referência que o título do documentário faz ao filme Fahrenheit 451, de Truffaut, em que livros são queimados no futuro para evitar opiniões diversas. O filme de Moore mostra a trajetória de Bush desde as eleições de 2000 e questiona as ligações da família do presidente com árabes influentes, incluindo os Bin Laden.
O WSJ diz que o filme "despedaça o presidente em mil pedaços satíricos", enquanto o Los Angeles Times diz que Farenheit 911 é "uma história alternativa dos últimos quatro anos". A Variety, enquanto isso, diz que a fita é "menos incendiária do que o esperado", mas que é um "panfleto político corajoso".
E enquanto o filme parece estar falando por si, Moore tem dado entrevistas também incendiárias sobre a produção e suas visões políticas. Ele disse ter conseguido incluir um cinegrafista no programa dos jornalistas aprovados pela Casa Branca para cobrir a guerra do Iraque, no ano passado. As imagens mostram militares que são contra a política internacional americana.
O diretor também disse que as pessoas não precisam se preocupar quanto à estréia nos cinemas americanos. "Vamos estrear antes da eleição", disse em uma entrevista coletiva. "Alguma vez eu já desapontei vocês?".
E vem mais polêmica por aí. De acordo com o jornal nova-iorquino Daily News, oficiais do Partido Republicano estariam planejando entrar com uma liminar acusando a Miramax de violar as regras financeiras de campanhas políticas ao "patrocinarem" o filme.
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