Alberto Granado em Cannes, ao lado de Walter Salles e Gael García
Foto: Reuters
"Essa viagem, Ernesto Guevara e a revolução cubana são os três elementos essenciais da minha vida", declarou no Festival de Cannes, onde Diários..., que concorre à Palma de Ouro, foi apresentado hoje.
"Essa viagem sempre esteve presente na minha vida. Toda a minha família e todo o bairro já me ouviu contá-la", continuou.
"Ernesto (Che Guevara) na época me chamava de cigano sedentário, porque sou ao mesmo tempo familiar e andarilho", disse o amigo do Che. "Todas as coisas da vida me fazem pensar naquela viagem", afirmou.
"Quando vejo um avião, volto a pensar no que vi durante a viagem. Quando vejo uma injustiça, volto a pensar em todas as injustiças que já vi. Para mim, nunca acabou. Nunca deixei de viajar", disse.
Para Granado, a figura do Che continua sendo tão viva hoje "sem dúvida porque as palavras que pronunciou em sua época ainda são atuais".
Granado conta que o filme de Walter Salles o emocionou muito. "Estes jovens souberam refletir o que eu vivi em 52. Quanto mais o vejo (o filme), mais gosto dele", disse.
"Tive sorte e tenho que agradecer por ter encontrado gente como este diretor e estes atores, que são tecnicamente estupendos, mas que também o são como pessoas", continuou.
"Eu tenho sorte. Como Violeta Parra, posso dizer, ´Gracias a la vida, que me ha dado tanto´", concluiu, dizendo uma estrofe da canção Gracias a la Vida, da pesquisadora e intérprete chilena de música popular.
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