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Quinta, 7 de setembro de 2006, 20h03 

Festival de Toronto começa com cinema do Ártico

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A 31ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto começa nesta quinta-feira com a tradicional exibição de um filme canadense, desta vez The Journals of Knud Rasmussen do diretor esquimó Zacharias Kunuk.

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Milhares de pessoas começaram hoje a chegar às salas de cinema de Toronto para participar da festa cinematográfica que há três décadas acontece na cidade mais importante do país.

Toronto não é uma cidade estranha ao cinema, sendo conhecida como "Hollywood do Norte", pela quantidade de filmes rodados a cada ano na cidade, graças às vantagens econômicas e profissionais que ela oferece.

The Journals of Knud Rasmussen é baseado nos relatos reais do explorador dinamarquês Rasmussen, que nos anos 20 explorou as regiões árticas do planeta e percorreu mais de 32 mil quilômetros em trenós puxados por cachorros.

Kunuk trata o relato do explorador do ponto de vista dos inuit, que é como os habitantes indígenas do Ártico são conhecidos (a palavra esquimó é considerada depreciativa).

Este é o segundo longa-metragem de Kunuk, que em 2001 entusiasmou muitos com Atanarjuat: O Corredor Mais Veloz, outro filme centrado na vida dos inuit e todo falado em inuktitut, a linguagem dos habitantes do Ártico canadense.

O filme, que teve um orçamento de cerca de US$ 1,5 milhão, rendeu a Kunuk, entre outros prêmios, o de Câmera de Ouro em Cannes e abriu novas possibilidades para sua carreira cinematográfica, em uma região especialmente difícil do Canadá.

Em The Journals of Knud Rasmussen, que teve um orçamento de quase US$ 6 milhões, o diretor analisa a perda de identidade cultural dos inuit, que nas últimas décadas abandonaram sua língua, tradições e crenças.

O co-produtor do filme, Normal Cohn, afirmou recentemente que o filme "é uma experiência para as audiências indígenas, que tendem a estar excluídas do processo de distribuição de filmes".

Kanuk disse que o filme tenta responder a duas questões que o perseguiram por toda a vida: "quem somos?" e "o que nos aconteceu?".

Duas perguntas que se aplicam também ao próprio Festival de Toronto. A mostra, que começou há três décadas como uma modesta iniciativa de um grupo de cinéfilos interessados em conhecer a produção audiovisual de outras regiões do mundo, se transformou em um dos festivais de cinema mais importantes do mundo.

Toronto se mantém fiel a seu espírito original, com a projeção de dezenas de filmes de regiões exóticas. As produções milionárias dos grandes estúdios, no entanto, vêm ganhando crescente presença, dando um toque mais comercial ao evento.

Este ano, os organizadores esperam em Toronto cerca de 500 atores e diretores, durante os 10 dias do Festival, de 7 a 16 de setembro.

As atenções da maior parte do público estarão voltadas para nomes como Brad Pitt, Jeniffer López e Russell Crowe.

Entre as estréias que acontecem durante o Festival, se destacam filmes como A Good Year, de Ridley Scott, com Russell Crowe e Albert Finney; A Grande Ilusão, de Steven Zaillian, com Sean Penn, Jude Law e Kate Winslet e Breaking and Entering, de Anthony Minghella, com Jude Law e Robin Wright Penn.

EFE
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