Toronto 2006 |
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Sábado, 9 de setembro de 2006, 00h13 Almodóvar elogia curvas e quer Oscar para Penelope |
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"Tinha que ser poderosa aqui (no peito) e aqui (no traseiro). É um peito abençoado, não só para atrair os homens mas também para amamentar as crianças. Porque o filme é sobre a maternidade", explicou.
"A bunda era importantíssima", acrescentou. "Eu pensei em Dustin Hoffman, em 'Tootsie'. Uma bunda poderosa permite caminhar melhor. Não há nada trivial nestas decisões. São muito importantes e divertidas", afirmou. "O cabelo tinha que ser despenteado, como o de uma dona de casa que se passa o dia trabalhando. Mas um despenteado é mais difícil de fazer que um bom penteado. E o modelo que eu tinha em minha mente era Claudia Cardinale", lembrou, reconhecendo que para Volver se inspirou na força das mulheres do cinema italiano de meados de 1950. Ele também citou Sofia Loren ou Anna Magnani, "que representaram mulheres fortes".
Almodóvar e Cruz falaram ainda sobre a admiração que sentem um pelo outro. O diretor se empolgou quando um jornalista perguntou a Cruz se ela achava que seria a primeira atriz de língua espanhola a receber o Oscar.
"Rezo todas as noites para que Penelope Cruz seja indicada. Ainda é muito cedo para falar disso. É um tema para a imprensa. Mas ela merece" afirmou.
Volver já foi citado pela imprensa especializada em Toronto como uma dos filmes mais cotados no festival. Penelope afirmou que durante seis meses mergulhou no papel. Ao fim das filmagens, precisou de mais dois meses para voltar ao normal.
"Durante dois meses fiquei arrasada. Telefonava para Pedro Almodóvar constantemente", afirmou.
A atriz disse que o filme provocou "calafrios", especialmente na cena em que descobre o fantasma de sua mãe debaixo de uma cama.
"Estava assustada. Mas sabia que Almodóvar estava 100% comigo em cada cena. Mas também era uma sensação viciante. No fim eu parecia um zumbi, tão grande era o meu vínculo emocional com o filme" disse Cruz.
Almodóvar repetiu sua admiração pela interpretação de Cruz, que "na mesma tomada mudava sua interpretação. Podia ser dura e num instante começar a chorar como uma menina. Não sei como conseguia, mas só levava um segundo".