Toronto 2006

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Quarta, 13 de setembro de 2006, 21h26  Atualizada às 21h25

Documentários em Toronto mostram EUA como frágil

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Os documentários exibidos no Festival de Cinema de Toronto dão uma imagem frágil dos Estados Unidos, ao focar o olhar em questões políticas, sociais e religiosas que dividem este gigante com pés de barro.

O filme ...so goes the nation (assim vai o país, numa tradução literal), de James D. Stern e Adam Del Deo, se centra na campanha presidencial de 2004, que reelegeu o presidente George W. Bush.

Partindo da base de que os eleitores do estado de Ohio sempre votam no vencedor, os dois cineastas acompanharam a campanha dos democratas e republicanos nesta região, considerada um termômetro e objeto de uma árdua batalha entre dois titãs.

O documentário, calorosamente aplaudido em Toronto, mostra didaticamente os mecanismos de comunicação e as estratégias usadas pelos dois partidos.

Os diretores entrevistaram cidadãos, militantes e grandes estrategistas dos dois partidos políticos para explicar a derrota dos democratas, que não souberam tirar proveito dos erros da administração Bush durante seu primeiro mandato.

"O único com que (Bush) podia contar era o 11 de setembro e a guerra contra o terrorismo", afirmou um organizador democrata, enquanto um republicano mostra as táticas postas em prática para por em dúvida as capacidades do candidato adversário, John Kerry, e seus valores morais, especialmente em alusão à questão do casamento entre homossexuais.

O documentário mostra as diferenças nas áreas "social, cultural, moral e religiosa", que opõem os dois principais partidos políticos americanos, duas visões do mundo que se enfrentaram nas ruas de Ohio.

Lake of Fire (Lago de Fogo, numa tradução literal), outra estréia em Toronto, conta a história do intenso combate entre defensores e críticos do aborto nos Estados Unidos.

Tony Kaye, conhecido pelo tom ácido de suas produções, trabalhou por mais de 15 anos neste projeto, no qual entrevistou membros da esquerda americana, mulheres que fizeram a interrupção voluntária da gravidez e ativistas "pró-vida".

O cineasta mostra um país dividido entre o liberalismo moral e o fundamentalismo religioso, que levará alguns a justificar com a Bíblia o assassinato de um médico que faz abortos.

Sem glorificar a posição dos "pró-escolha", Kaye mostra a crua realidade de um aborto, inclusive filmando o momento em que o feto é retirado do ventre materno para ser jogado no lixo.

O americano Michael Moore também se fez presente em Toronto, apresentando dois filmes em fase de produção: Sicko, sobre a falha do sistema de saúde nos Estados Unidos, e The Great'04 slacker Uprising, também sobre a campanha presidencial de 2004.

AFP
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