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Festival de Brasília 2005
Segunda, 21 de novembro de 2005, 17h12  Atualizada às 19h23
Brasília aposta em novos cineastas e no veterano Ruy Guerra
 
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O 38º Festival de Brasília, que começa nesta terça-feira na capital federal, retomou suas raízes e indicou apenas filmes inéditos para concorrer ao prêmio principal. São seis longas, cinco de novos diretores. A exceção é O Veneno da Madrugada, de Ruy Guerra.

Em 2004, uma obra que já tinha estreado em São Paulo, Peões, de Eduardo Coutinho, foi aceito no festival e acabou levando o prêmio de melhor filme.

Este ano, a escolha privilegiou novos cineastas. Gustavo Acioli, Roberto Bontempo e Edgard Navarro são estreantes, José Eduardo Belmonte está no segundo filme e Evaldo Mocarzel foi indicado por seu quarto trabalho.

Apenas um dos concorrentes pode ser considerado um veterano: o pioneiro do Cinema Novo Ruy Guerra, 74 anos, que concorre com o aguardado O Veneno da Madrugada, sua quarta adaptação de uma obra do amigo Gabriel García Márquez, que será exibido no sábado.

Apesar de ter participado de dois festivais internacionais este ano, San Sebastian (Espanha) e Biarritz (França), o filme de Guerra não ganhou prêmios e por isso pôde competir em Brasília.

O festival começa nesta terça, no Teatro Nacional Cláudio Santoro, com a exibição do documentário Niemeyer, A Vida é um Sopro, de Fabiano Maciel, sobre o arquiteto que é um dos criadores da capital e foi o responsável pelo projeto do próprio teatro e do Cine Brasília, sede das sessões competitivas do festival.

Filmado no Brasil, na França, Itália, Argélia e nos EUA, o filme exibe raras imagens de arquivo e depoimentos de personalidades, como o escritor português José Saramago, o historiador inglês Eric Hobsbawm, o escritor uruguaio Eduardo Galeano e o cineasta Nelson Pereira dos Santos.

Relacionamentos e sem-teto
Na quarta, no Cine Brasília, será apresentado o primeiro longa concorrente, Incuráveis, do carioca Gustavo Acioli, autor do curta Cão-Guia, vencedor de 15 prêmios em festivais nacionais, inclusive em Brasília. O enredo do longa acompanha um complicado relacionamento entre um homem e uma mulher (Dira Paes e Fernando Eiras).

Na quinta, será possível ver À Margem do Concreto, em que o diretor fluminense radicado em São Paulo Evaldo Mocarzel volta ao tema dos sem-teto que já foi assunto de seu longa de estréia, À Margem da Imagem (2003). Além deste, Mocarzel assinou a direção dos premiados Mensageiras da Luz - Parteiras da Amazônia (2004) e Do Luto à Luta (2005).

Na sexta, o ator carioca Roberto Bontempo mostra sua estréia na direção, Depois Daquele Baile, contando a história de uma viúva (Irene Ravache) disputada por dois homens (Lima Duarte e Marcos Caruso).

No sábado, é a vez de O Veneno da Madrugada, em que Ruy Guerra adapta para a telona o livro A Má Hora, de Gabriel García Márquez. O cenário é uma cidade em pé de guerra depois que misteriosos bilhetes anônimos revelam os segredos mais bem guardados dos moradores. No elenco, Leonardo Medeiros, Maria João, Juliana Carneiro da Cunha, Emílio de Melo e Jean-Pierre Noher (ator argentino que atuou em Redentor).

Dos concorrentes, Guerra é o único já premiado anteriormente em longa-metragem em Brasília. Em 1970, Os Deuses e os Mortos conquistou sete troféus, incluindo melhor filme e diretor. Em 1978, ele voltou com A Queda, que recebeu o prêmio de melhor ator (Nelson Xavier).

No domingo, será exibido A Concepção, do brasiliense José Eduardo Belmonte, autor do longa Subterrâneos (2004) e do curta Tepê, vencedor de vários prêmios em Gramado-2000. Estrelado por Matheus Nachtergaele e Milhem Cortaz (de Carandiru), o enredo entrelaça histórias da juventude de Brasília.

Na segunda-feira, a competição principal encerra-se com a exibição do longa Eu Me Lembro, do baiano Edgard Navarro, produção autobiográfica que retrata a passagem do tempo e os dilemas de uma geração.

Além dos seis longas, 12 curtas em 35 mm e 23 filmes em 16 mm completam a seleção. Brasília ainda não se rendeu ao formato digital.

A premiação será anunciada na noite de terça (29), seguida da exibição do longa O Profeta das Águas, de Leopoldo Nunes. O documentário resgata a história do líder religioso Aparecido Galdino Jacintho, hoje com 70 anos, e que nos anos 1970 foi preso, torturado e depois internado como louco no Manicômio Judiciário de Franco da Rocha.
 

Reuters

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