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A Vida é um Sopro, documentário sobre a vida e a obra de Niemeyer, abriu o Festival de Brasília |
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Uma homenagem ao mais famoso arquiteto brasileiro abriu o 38 Festival de Brasília, nesta terça-feira à noite. O documentário Oscar Niemeyer, A Vida é Sopro, de Fabiano Maciel, foi exibido fora da competição oficial, depois de uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, interpretando composições do próprio Santoro, de Francisco Mignone e Ary Barroso.
A mostra competitiva começa nesta quarta-feira, com o longa Incuráveis, do estreante carioca Gustavo Acioli, e os curtas Ãgtux, de Tânia Anaya (MG-DF), e À Espera da Morte, de André Luís da Cunha (DF).
A exibição do documentário sobre Niemeyer sofreu atraso de quase uma hora devido à forte chuva que castigou Brasília durante a tarde e parte da noite.
Ao apresentar seu filme no Teatro Nacional Cláudio Santoro, numa sala projetada pelo próprio Niemeyer, o cineasta paulista Fabiano Maciel informou que o projeto começou a ser desenvolvido há sete anos. "Niemeyer gerou beleza, e o País está ficando feio. Ética e estética são coisas parecidas", disse o cineasta.
O documentário de 90 minutos traz diversas entrevistas com o arquiteto, nascido no Rio de Janeiro em 1907 e dono de incríveis agilidade e lucidez. No filme, Niemeyer visita várias de suas obras, como o Museu de Arte Moderna de Niterói, uma construção ao mesmo tempo simples e monumental, debruçada sobre o mar.
Ele também redesenha no papel vários de seus principais projetos, como o prédio do Ministério da Educação e Saúde, no Rio, uma universidade em Argel e a praça dos Três Poderes, em Brasília. Ao fazê-lo, o arquiteto permite que os espectadores entrem em contato com sua admirável capacidade de visualizar as obras no espaço e explicar os conceitos por trás delas.
A base é sempre a busca de uma arquitetura leve, vazada, baseada mais nas curvas do que nas linhas retas defendidas por um de seus mestres, o franco-suíço Le Corbusier. "Busco uma arquitetura para provocar espanto", diz.
Procurando traçar um retrato mais amplo de Niemeyer, o filme extrapola seu lado arquiteto, evidenciando a militância política iniciada em 1945, com a filiação ao Partido Comunista Brasileiro. Com sua habitual franqueza, ele fala de suas preocupações sociais, de sua simpatia pelo Movimento dos Sem-Terra e conclui: "Sou um velho pessimista. O mundo pode melhorar, o homem, não."
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