Festival de Brasília 2006

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Festival de Brasília 2006

Terça, 28 de novembro de 2006, 12h03 

Brasília aplaude filme de Sílvio Tendler em festival

Divulgação

Encontro com Milton Santos agradou o público do festival
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Na última noite da competição oficial, nesta segunda-feira, o documentário Encontro com Milton Santos ou a Globalização Vista do Lado de Cá, do carioca Sílvio Tendler, acabou tornando-se o filme mais aplaudido pelo público desta edição do Festival de Brasília.

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O filme, que tem seu eixo numa longa entrevista com o geógrafo mineiro, morto em 2001, recebeu aplausos diversas vezes ao longo da exibição, o que aconteceu pela primeira vez neste festival. E, ao final, uma nova e demorada aclamação.

Se as palmas se traduzirem em votos, o documentário de Sílvio Tendler deverá receber o prêmio do público. Antes dele, Querô, do paulista Carlos Cortez, era o filme mais bem recebido pela platéia do Cine Brasília.

Se o maior aplauso ficou para o filme de Sílvio Tendler, em compensação a maior vaia ouvida neste festival foi para um de seus convidados na apresentação do filme, o ex-ministro Cristóvão Buarque, que teria ajudado o documentarista a produzir seu filme.

Depois de esperar que as vaias parassem, Tendler calmamente declarou: "Eu não abro mão dos amigos, independentemente da bandeira."

Uma grande salva de palmas também foi concedida a Jece Valadão, o mais famoso intérprete de personagens machões do cinema brasileiro (em filmes como Os Cafajestes, de Ruy Guerra, e na recente série de TV Filhos do Carnaval, de Cao Hamburger), que morreu na segunda-feira em São Paulo, aos 76 anos. O ator estava filmando um novo trabalho de Zé do Caixão, Encarnação do Demônio, que não foi concluído.

Disputa Fácil
Encerrada a exibição dos concorrentes e à espera da premiação, que só será divulgada na noite desta terça, o balanço indica que o júri tem um trabalho duro pela frente. Os seis longas concorrentes apresentam qualidades, tornando imprevisível a atribuição dos prêmios principais: melhor filme, diretor e atores.

Além dos já citados, também concorrem o drama político Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton (MG); o drama Baixio das Bestas, de Cláudio Assis (PB); e os documentários O Engenho de Zé Lins, de Vladimir Carvalho (DF), e Jardim Ângela, de Evaldo Mocarzel (SP).

Até na parte técnica a disputa é acirrada. É o caso da fotografia, onde se enfrentam veteranos como Lauro Escorel (por Batismo de Sangue) e Walter Carvalho (que assina sozinho a fotografia de Baixio das Bestas e é um dos quatro fotógrafos do filme de seu irmão, O Engenho de Zé Lins). É também o caso da montagem, onde os favoritos são Paulo Sacramento (Querô) e Karen Harley (Baixio das Bestas).

No caso do prêmio de melhor atriz, o dilema é ao contrário. Na verdade, não há papéis femininos de protagonista claramente definidos em nenhum dos filmes concorrentes. São no máximo coadjuvantes, com poucas falas e pouco tempo na tela, a exemplo de Maria Luísa Mendonça e Ângela Leal em Querô, Marcélia Cartaxo em Batismo de Sangue e Dira Paes, Hermila Guedes e novamente Marcélia em Baixio das Bestas.

O único papel que a rigor pode ser considerado de protagonista é da estreante Mariah Teixeira, que faz a menina explorada sexualmente pelo avô em Baixio das Bestas.

Reuters
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