Italiano quer lançar seu filme no Brasil

O diretor italiano Gianni di Gregório está no Brasil para acompanhar a exibição de seu primeiro longa-metragem, Almoço em Agosto, mas quase todos os jornalistas que o procuram estão interessados em saber sobre Gomorra, filme que recebeu prêmio do júri no festival de Cannes, e do qual ele é roteirista. "Eu respondo as perguntas sobre Gomorra, mas queria falar mais de seu filme, pois procuro um distribuidor para lançá-lo por aqui e o Festival é uma boa vitrine".

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Almoço em Agosto está atualmente em cartaz na Itália, com boa receptividade do público. Levou um milhão de espectadores em três semanas. "Um público fantástico se pensarmos que é uma história só com atrizes idosas".

Trata-se de uma comédia que conta a história de Gianni, um endividado inquilino, que mora com a mãe viúva e recebe do seu senhorio o pedido para ficar alguns dias com a velha mãe dele.

Em pouco tempo, outras pessoas lhe pedem para cuidar de suas mães e o personagem se vê, a contragosto, como uma babá de senhoras. "O personagem se chama Gianni, como eu, porque a história é baseada em fatos que aconteceram comigo, também precisei hospedar amigas de minha mãe", lembra ele.

Gianni acha curiosa a coincidência de ter no Festival do Rio 2008 outra comédia dramática sobre mulheres idosas, A Guerra dos Rocha, e acredita que o público brasileiro deverá gostar do filme. "É uma história muito latina, que envolve mãe, solidão... O brasileiro é muito parecido com o italiano e certamente vai gostar".

Quanto ao atual momento do cinema italiano, que está em crise, depois da gloriosa fase de Roberto Rosselini, Michelangelo Antonioni, Pier Pasolini, Federico Fellini e tantos outros, Gianni está otimista. "Tivemos uma fase de decadência, mas agora estamos nos recuperando, os filmes vem ganhando prêmios internacionais e o público está acreditando mais em nosso cinema". Para ele, o maior problema ainda é o exagerado domínio do cinema americano "Hollywood domina 80% do mercado".

Gianni lamenta que esse domínio impeça os italianos de conhecerem mais do cinema brasileiro. "Quase nada do Brasil é exibido". Os últimos brasileiros que assistiu foram Cidade de Deus e Diários de Motocicleta, mesmo sabendo que esse último é na verdade uma co-produção internacional, dirigida por Walter Salles.