Rodrigo Domingues/Especial para Terra |
Rocco e Antônio Pitanga com a Ministra Matilde Ribeiro e o ator Milton Gonçalves |
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Filhas do Vento é uma produção formada por um elenco predominantemente negro. Ao contrário do que se possa imaginar inicialmente, não é centrado periferia de alguma grande cidade, não tem violência, ninguém usa boné pro lado, não há tiros ou músicos de rap.
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O ator Milton Gonçalves, premiado em Gramado por sua atuação, explica melhor: "antes de tudo, esse é um filme humanista. A abordagem é sobre uma família que, por coincidência, é afro-descendente e que desenvolve as suas contradições e seus conflitos". É bem por aí.
Sob a direção de Joel Zito de Araújo, a história gira em torno de uma família que vive no interior de Minas Gerais e se divide quando um incidente causa uma séria briga entre as duas irmãs. Uma delas parte para o Rio de Janeiro procurando realizar o sonho de ser atriz, enquanto que a outra fica na pequena cidade.
Os anos passam e elas voltam a se encontrar, despertando antigos rancores, assuntos mal-resolvidos, desavenças e seus próprios fantasmas. O rol de atores escalados une representantes de duas gerações distintas. Os veteranos Léa Garcia, Milton Gonçalves e Ruth de Souza unem força aos jovens Rocco Pitanga, Taís Araújo e Thalma de Freitas, entre outros.
"É bom trabalhar com os atores que ajudaram a construir o cinema. A gente sente uma troca alucinante", destacou o estreante Rocco. A bela Thalma de Freitas lembrou dos dias de gravação no interior de Minas. "Fazer esse filme foi uma delícia. A gente ficou em um clima realmente de família".
Revezando tempo entre o cinema e a música, Maria Ceiça também elogiou a mensagem de Filhas do Vento. "O filme provoca a reflexão sobre a nossa vivência como artista e como pessoa comum. Isso é muito bacana".
A presença de tantas mulheres no elenco e a própria visão feminina da história foram justificadas pelo diretor Joel Zito. "Eu sempre vivi cercado de mulheres. Tenho uma esposa, duas filhas, uma irmã e uma mãe. Eu queria fazer um filme que tocasse o coração dessas pessoas". Premiado com o Kikito de Melhor Diretor, Joel preferiu manter a humildade.
"Eu fiquei surpreso em Gramado, pois esse é um filme de baixo orçamento. Eu apostava no meu elenco, mas não esperava outros prêmios". Milton Gonçalves completou com o mesmo discurso modesto: "nós não queremos ser melhores que ninguém. Queremos apenas que aquilo que nós gostamos chegue ao público da melhor forma". "Fiquei feliz de ver as pessoas emocionadas, porque isso mostra que o trabalho deu certo", concluiu o cineasta.
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