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Festival do Rio 2004
Quinta, 7 de outubro de 2004, 13h38 
"Nove Canções" aborda sexo sob nova perspectiva
 
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Esqueça os violinos e as cenas de ondas quebrando na praia enquanto o casal de namorados se abraça. Em seu novo e polêmico filme, Nove Canções, o cineasta britânico Michael Winterbottom se propôs a romper tabus cinematográficos sobre o sexo que estão em vigor há anos.

O filme, que competiu no Festival de Cinema de San Sebastián, na Espanha, este ano, será exibido no Festival do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, às 22h.

Nove Canções trata de um relacionamento através de cenas intensas e comoventes de sexo, muitas das quais não têm fundo musical, apenas o som de gemidos e suspiros.

As cenas de sexo são intercaladas com eletrizantes shows de música aos quais o casal assiste, com grupos que incluem Franz Ferdinand, Primal Scream, The Dandy Warhols e, de maneira um pouco destoante, Michael Nyman.

"Outros filmes tratam de todas as outras partes de um relacionamento humano, mas não da coisa sexual", disse Winterbottom, descrevendo sua abordagem. "A idéia foi simplesmente deixar o espectador ver duas pessoas juntas na cama."

O diretor diz que, em seu filme seguinte depois do trabalho que lhe valeu o prestigioso Urso de Ouro do Festival de Berlim no ano passado, In This World, sua intenção foi acabar com a abordagem "anacrônica" ao sexo que é mais comum no cinema.

"Exposição honesta"
A história da relação entre Matt e Lisa é relatada em retrospectiva, com diálogos mínimos, em capítulos curtos e intensos que se desenrolam na cama.

As cenas são extremamente explícitas, incluem cenas frontais de felação e masturbação, e são filmadas inteiramente com luz natural, o que as torna íntimas sem serem obscenas.

O resultado parece ter surpreendido até mesmo quem participou do filme. "É uma abordagem escapista, mas gosto de sua franqueza. Assistindo ao filme agora, me sinto pouco à vontade em ver algo tão real", disse a jornalistas a atriz Margo Stilley, que faz o papel de Lisa.

Parte do público que assistiu ao filme em San Sebastián o achou inovador e interessante, algo radicalmente diferente da história de amor tradicional conforme é narrada no cinema. Outras pessoas ficaram entediadas, apenas. Mas poucas acharam o filme chocante.
 

Reuters

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