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O filme argentino Vereda Tropical, do diretor Javier Torre, reconstrói a estadia do escritor Manuel Puig no Rio de Janeiro nos anos 1980.
O filme, que recebeu os prêmios de melhor diretor e melhor ator no Festival de Gramado deste ano, será exibido no Festival do Rio de Janeiro neste domingo, às 24h. Haverá reprises na segunda (21h30) e na quarta (14h).
Responsável pelo sensível Um Amor de Borges, sobre o compatriota Jorge Luis Borges, o diretor e roteirista demonstra uma preferência pela iluminação dos homens por trás dos escritores.
Puig, exilado de uma Argentina governada pela ditadura militar, profundamente autoritária e intolerante com sua homossexualidade, vive paixões instáveis, oscilando entre solidão e angústia que contrastam com a paisagem permanentemente ensolarada do Rio. Ele é interpretado por Fabio Aste.
O toque polêmico fica por conta da opção do Puig deste filme, que grava obsessivamente suas conversas com os amantes, inclusive durante os encontros sexuais, usando-os como a matéria-prima principal de seus livros, que se tornaram sucesso em todo o mundo - como O Beijo da Mulher-Aranha, base do filme de Hector Babenco que trouxe o Oscar de melhor ator para William Hurt em 1985.
Além da polêmica (que parece colocar em dúvida a capacidade criativa de Puig), a opção por seguir os fugazes estados de espírito do protagonista nem sempre é concretizada a contento.
Soam artificiais muitos dos diálogos e situações, provocando um distanciamento. Ainda assim, o desempenho de Fabio Aste é digno de elogios. A brasileira Sílvia Buarque, no elenco, fica prejudicada por um papel mal definido.
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