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| Festival do Rio 2004 |
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Segunda, 4 de outubro de 2004, 10h19
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| "Engordei para poder atuar", diz Werner Schünemann |
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Douglas Damasceno
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| Rogério Domingues/Especial para Terra |
José de Abreu e Werner Schünemann no Festival do Rio |
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Pode-se dizer que o gaúcho Werner Schünemann é um workaholic. Ele está em quatro filmes apresentados em 2004 e prepara outros. Além de participar de Bens Confiscados e Quase Dois Irmãos, lançados no Festival do Rio, ainda está nos elencos de Olga e Didi Quer Ser Criança.
Na telinha, disputa com Marcos Paulo o amor de Natália do Valle na novela Começar de Novo. Na pausa das gravações, o ator foi conferir a estréia de Bens Confiscados e conversou com o Terra após a exibição. Muito bem-humorado, ele comentou o filme, os personagens, trabalhos na TV e a atual cena do cinema no Brasil.
Como você observou a estréia de Bens Confiscados?
Esse filme foi guardado especialmente para o Rio. Eu só tinha visto dois ou três pedaços e gostei muito. O filme é interessante porque a gente quer saber como vai acabar aquela história. É criado um mundo em uma cidadezinha com personagens insólitos.
Como você desenvolveu o seu personagem, que tem o estereótipo do gaúcho macho?
Pois é, o Lobo tem uma perversidade e uma amoralidade imensas. Foi muito difícil de fazer, porque ele é muito diferente de mim. Acho que tem uma coisa meio Hulk nele, o ser selvagem que está lá no fundo.
Isso acaba instigando o ator, fazer um personagem diferente dele mesmo?
Olha, eu penso que o trabalho do ator é "cavoucar" dentro dele e achar o tom daquele personagem. Eu tive que engordar para fazer o Lobo e achei muito legal.
Esse é mais um filme seu que está no Festival. Tem Quase Dois Irmãos...
Não pude ver Quase Dois Irmãos, porque eu estava trabalhando. É bom o filme, né? Esses dois filmes têm roteiros bons, diálogos bons. Bens Confiscados tem muitas falas legais e quando não têm diálogos, os personagens são expressivos.
E o que vem mais de cinema com você?
Ainda falta estrear um filme que fiz no Uruguai, chamado Alma Mater, dirigido pelo Álvaro Buela. Eu faço um pastor evangélico que tem êxtases sexuais no púlpito. Parece ser engraçado, mas é supersério. Não sei quando será lançado, pois não tenho muitas notícias. Eles são meio reclusos.
Quando foi filmado esse filme?
Um pouco depois de Bens Confiscados, em 2003. Nessa época eu filmei Olga, Kubanacan e Alma Mater ao mesmo tempo.
Como você está vendo a produção de filmes no Brasil?
Eu vejo uma coisa muito legal que é a diversidade, a heterogeneidade. São múltiplos olhares que a gente passa a perceber dentro do panorama do cinema brasileiro. Isso é uma das nossas riquezas, a variedade de culturas dentro do país. Um filme feito no Acre, no Paraná, no Ceará, no Rio, em Minas e em Goiás nos interessa muito. Acho bacana ver um filme de Goiás e ver que Goiás é tão diferente e ao mesmo tempo tão próximo de mim.
Quais as diferenças que você sente do cinema para a TV?
É muito diferente. A maneira de interpretar é distinta. O veículo impõe a sua própria regra para o trabalho. Acho que não é o ator que se impõe ao filme e sim a produção que se impõe ao ator. Na TV é a mesma coisa, são outras determinações e isso pra mim ainda é novo: a quantidade de textos, as exigências dos personagens, o tempo. A história poderia ser contada em duas ou dez horas, mas alonga-se por dez ou onze meses. Eu vejo como a Eva Wilma, a Natália do Valle e o próprio Marcos Paulo dominam aquilo que estão fazendo e me encho de admiração. Eu quero fazer como eles.
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Especial para Terra
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