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Festival do Rio 2004
Terça, 5 de outubro de 2004, 16h20 
Burman defende histórias pequenas do cinema latino
 
Rogério Domingues/Especial para Terra
O próximo trabalho de Daniel Burman se chamará  Derecho de Fam
O próximo trabalho de Daniel Burman se chamará Derecho de Fam
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O cineasta argentino Daniel Burman trouxe ao Festival do Rio seu mais bem-sucedido filme, O Abraço Partido, e defendeu o direito da América Latina de contar seu cotidiano em um cinema que fala das pequenas histórias de pessoas comuns.

"Não é preciso condenar a América Latina a contar apenas suas misérias. Isso é terrível e reproduz na produção cultural o sistema de distribuição internacional de renda", comentou Burman em entrevista à EFE.

O diretor de 29 anos apresentará "O abraço partido" esta noite em uma sessão especial no Festival do Rio, onde seu último filme foi recebido com entusiasmo pela crítica e público em várias sessões.

"Temos direito de falar de outras coisas que não sejam somente a crise... Os suíços não fazem só relógios", comentou Burman, ao rejeitar os estereótipos.

Alguns críticos viram nas obras de vários cineastas latino-americanos o predomínio de certo "realismo social", como reflexo da agitada história contemporânea destes países.

"Mas nós temos vida cotidiana. Podemos contar outras coisas e temos que fazê-lo", replicou Burman.

Por sorte, assegurou, fora da região foi superada essa visão eurocentrista que avaliava o novo mundo só por seu exotismo presente ou passado.

O também diretor de "Todas as aeromoças vão para o céu" rejeita uma classificação única para o cinema feito na América Latina.

No entanto, encontra um traço comum em obras de países que compartilham sua origem colonial, sua língua e sua agitada história moderna.

"Fizemos um cinema muito espontâneo, onde não há tanta especulação pelo comercial", disse.

"A América Latina é um continente (sic) muito instável e sempre há um perspectiva muito a curto prazo... isso dá a possibilidade de que as pessoas possam ser mais ousadas nas manifestações artísticas e isso também condiciona positivamente o que fazem", explicou.

Ao contrário de muitos outros jovens produtores, Burman diz não ter influências diretas de grande mestres da sétima arte, mas basear seu trabalho em coisas que leu ou lhe contaram, e diz manter as mesmas preferências que qualquer cinéfilo comum.

"Gosto do cinema como qualquer pessoa gosta. É meu meio de vida e de expressão, mas não busco no cinema a base do cinema", explicou.

Em março, Burman espera começar a filmar seu novo projeto "Direitos de família". "É sobre a construção da paternidade e da identidade dos filhos quando a identidade do pai ainda não está formada", explicou.

"O abraço partido" acaba de ser escolhido pela Argentina como o representante do país entre os possíveis candidatos ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Burman diz esperar o processo com calma, embora deixe transparecer sua felicidade por este reconhecimento.

"Sei que é muito difícil, mas digamos que estou em uma cautelosa expectativa", comentou sobre a possibilidade de aparecer entre os cinco indicados finais.

Seu último filme teve uma boa repercussão de público, "maior que que o esperado", disse sobre os resultados em países tão distintos como França, Espanha, Itália e Uruguai.

Nas próximas semanas o filme estréia em circuitos comerciais do Brasil, México, Suíça, Bélgica, Holanda e Reino Unido.

Para Burman, não é uma moda o auge do cinema feito na América Latina, com bons filmes reconhecidos em festivais e circuitos comerciais da Europa e Estados Unidos.

No caso da Argentina, segundo ele, é conseqüência de políticas estatais que durante os últimos 50 anos, em maior ou menor grau, decidiram que fazer cinema é fundamental.

Em seu país, existem leis que favorecem não só a produção mas a exibição de filmes nacionais, com um lugar assegurado nos circuitos comerciais, ao contrário da maioria dos mercados, dominados quase totalmente por produções dos Estados Unidos.
 

EFE

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