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O Coração é Traiçoeiro acima de Todas as Coisas, baseado na coletânea de contos de J.T. LeRoy, documenta a infância do escritor norte-americano, passado com sua mãe, dependente de drogas, e seus avós, fanáticos religiosos.
O filme, que narra como o autor superou abusos sexuais quando criança e a dependência de drogas, será exibido no Festival de Cinema do Rio de Janeiro na madrugada de quarta para quinta-feira, às 24h. Haverá reprises na quinta, às 16h30 e às 21h30.
LeRoy surgiu no cenário literário quando ainda era adolescente e ganhou admiradores no mundo das celebridades, entre elas Madonna. Ele trabalhou com o diretor Gus Van Sant, e Steven Shainberg (A Secretária) está adaptando seu romance Sarah para o cinema.
LeRoy começou a escrever quando fazia terapia, na época em que era um adolescente sem teto que se prostituía nas ruas de San Francisco. Depois que começou a escrever sobre sua própria vida, ele se isolou e hoje raramente sai de casa - quando o faz, se esconde por trás de uma peruca loira e óculos escuros.
A diretora e co-roteirista é a atriz italiana de 28 anos Asia Argento, vista pela última vez no blockbuster XXX - Triplo X. Argento, filha do lendário diretor italiano Dario Argento, já dirigiu o autobiográfico Scarlet Diva. Ela também atua no filme sobre LeRoy, fazendo sua mãe cruel.
No filme, o jovem protagonista, Jeremiah, é largado ao abandono por sua mãe, prostituta, e violentado pelos namorados dela. Seu pai, fanático pela Bíblia, o obriga a tomar banhos escaldantes e lhe dá surras de cinto constantes.
Em uma cena, Jeremiah veste as roupas de sua mãe e seduz o namorado caipira dela, representado pelo roqueiro Marilyn Manson.
"Acho que muitos livros sobre abuso infantil têm um problema: a vítima sempre tem que ser uma criança angelical", disse LeRoy em uma entrevista por telefone, na época em que o filme foi exibido no Festival de Cannes, em maio passado.
"Mas quando você cresce com pai ou mãe que lhe abusam, você aprende a ser cruel e mau. Aprende a sobreviver."
O trabalho dividiu a opinião do público em Cannes. O jornal britânico The Independent considerou o longa um dos 10 melhores do festival, enquanto o The Hollywood Reporter o descreveu como "uma excreção cinematográfica extenuante".
"É engraçado", disse LeRoy. "A imprensa tem me dado muito apoio. Não recebi muitas resenhas negativas. Acho que estão mesmo querendo arrasar com Asia."
"Acho que é mais difícil deixar uma mulher escapar de um papel predeterminado, especialmente no caso de Asia, que era vista como um símbolo sexual burro", disse LeRoy. "Acho que é uma coisa muito sexista, muito imbecil e que me deixa furioso."
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