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Veneza se arma com estrelas americanas e europeias

2 set 2009 - 07h24
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Da costumeira presença de George Clooney às recentes apostas no mais novo cinema do oriente, a Mostra Internacional de Arte Cinematográfica, o nome oficial do Festival de Veneza, abre nesta quarta-feira (2) sua 66ª edição com um olho nas críticas negativas do ano passado e outro na concorrência. No caso desta, trata-se do Festival de Cinema de Toronto. Embora mais voltado ao mercado de negócios, o evento canadense mobiliza grandes produções de Hollywood e seus astros em data que coincide com a reta final da vitrine italiana. E isso, claro, rouba parte de seu glamour.

O ator George Clooney marca presença em Veneza
O ator George Clooney marca presença em Veneza
Foto: Getty Images

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Para tentar conter a debandada de participantes em geral, como distribuidores e jornalistas, a seleção da disputa oficial buscou o equilíbrio. Há produções americanas de realizadores mais novatos, a exemplo de Todd Solondz (Life During Wartime), polêmicos como Michael Moore (Capitalismo - Uma História de Amor) ou ainda veteranos, caso de George Romero (Survival of the Dead) e Sylvester Stallone, que vem apresentar a cópia de diretor de Rambo. Eles contrastam com nomes europeus respeitados como o alemão Werner Herzog (Bad Lieutenant, filmado nos Estados Unidos) e o francês Jacques Rivette (36 Vues du Pic Saint Loup). No mais, convivem cinematografias alternativas, por exemplo, da China e Sri Lanka. O Brasil não integra a competição oficial. Participa apenas da paralela Horizontes, dedicada a novas propostas, com duas duplas de diretores: Karim Aïnouz e Marcelo Gomes assinam Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo, enquanto Daniela Thomas e Felipe Hirsch estreiam parceria na direção de cinema com Insolação. No registro do curta-metragem, o paulistano radicado no Rio de Janeiro Pedro Freire compete com O Teu Sorriso, reconhecido no último Festival de Gramado com o prêmio da crítica e de melhor atriz para Juliana Carneiro da Cunha.

Quanto às críticas ao festival de 2008, elas se referem a uma seleção fraca e com peso excessivo no cinema da casa de qualidade muito próximo do vexatório. Quanto a este quesito ainda não é possível saber se houve melhora, mas por certo a representação dos italianos continua forte. São quatro títulos entre os 23 da competição oficial ao Leão de Ouro, inclusive o escolhido para a abertura oficial. Baarìa é o novo filme de Giuseppe Tornatore, diretor do sucesso Cinema Paradiso, com garantia extra de frisson. Conta com a presença da musa Monica Bellucci no elenco formado por várias estrelas locais.

Não bastasse, fora de competição, a programação ainda soma quatro produções do país, além de mostras especiais de novos realizadores e clássicos restaurados. Mesmo a tradicional noitada ao ar livre no centro antigo da cidade que antecede em um dia a largada dos competidores é reservada a um medalhão da Itália. No caso, este ano, a exibição cabe ao mestre da comédia Mario Monicelli e seu clássico A Grande Guerra, de 1959.

A contrapartida, acredita Veneza, é oferecer uma brigada respeitável de astros de várias acepções e magnitudes. Clooney, por exemplo, deve fazer sua habitual aparição no Lido, a ilha que sedia o evento, para dar uma força ao ator e diretor estreante em longa-metragem Grant Heslov, seu parceiro em Boa Noite, e Boa Sorte. No elenco da comédia sobre o exército americano The Man Who Stare at Goats, além de Clooney, estão Ewan McGregor, Jeff Bridges e Kevin Spacey. O título está fora da competição, assim como The Informant!, de Steven Soderbergh, estrelado por Matt Damon, e Brooklyn¿s Finest, de Antoine Fuqua, com Richard Gere, Ethan Hawke, Wesley Snipes e Ellen Barkin.

As beldades, no entanto, estão concentradas na seleção competitiva, como Julianne Moore em A Single Man, curiosa estréia na direção do badalado estilista americano Tom Ford. Eva Mendes, de The Spirit, participa do filme de Herzog ao lado de Nicolas Cage, enquanto Charlize Theron estrela The Road, de John Hillcoat, com Viggo Mortensen e Robert Duvall.

As intérpretes europeias também devem chamar atenção, caso de Charlotte Gainsbourg, que retorna às telas em Persécution, de Patrice Chéreau, depois do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes deste ano por Anticristo, em cartaz em São Paulo. Sua mãe, a atriz e cantora Jane Birkin, também está representada no filme de Rivette. Da última edição de Cannes ainda, mas da presidência do júri, volta à cena Isabelle Huppert, na atuação em White Material, de Claire Denis. Será interessante, aliás, ter outra dama de ferro de um júri, a atriz Tilda Swinton, que capitaneou a banca do mais recente Festival de Berlim, presente em Veneza na produção italiana Io Sono l¿Amore. Veneza, no entanto, optou pelo taiwanês Ang Lee para presidir o colegiado que elegerá o melhor filme da competição, ele que venceu o festival italiano há dois anos por Desejo e Perigo, repetindo a façanha por O Segredo de Brokeback Mountain. Seu time tem apenas duas mulheres, a francesa Sandrine Bonnaire e a italiana Liliana Cavani.

Mesmo nas habituais homenagens, a curadoria de Marco Muller foi diplomática. O flerte com Hollywood está representado no Leão de Ouro de carreira para o diretor de animações da Disney John Lasseter. Ele receberá o prêmio das mãos de George Lucas e terá seu sucesso Toy Story exibido em 3D. Por outro lado, o mais antigo festival do mundo também não quer perder a pose de centro de discussão e pensamento do cinema e elegeu o cineasta japonês Akira Kurosawa (1910-1998) para um painel de discussão internacional com diversos convidados. A ver, a partir desta quarta, para qual lado a balança pesará, a badalação do cinema de entretenimento ou a arte do cinema desses mestres inesquecíveis.

Fonte: Especial para Terra
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