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Cinema

 
 

"Carandiru" se destaca em festival na Finlândia

28 de setembro de 2003 21h16

Santoro faz par com Gero Camilo em  Carandiru. Foto: Divulgação

Santoro faz "par" com Gero Camilo em Carandiru
Foto: Divulgação

A 16ª edição do Festival Internacional de Cinema de Helsinque terminou neste domingo, depois de reunir mais de 40 mil espectadores durante seus dez dias de duração.

O festival, conhecido entre os cinéfilos como "Rakkautta ja Anarkia" (Amor e Anarquia)", foi encerrado com o longa-metragem americano Elefante, de Gus Van Sant, que ganhou os prêmios de melhor filme e melhor diretor no festival de Cannes.

O interesse do público pelos 90 filmes selecionados este ano foi tão grande que foram vendidos mais de 70 por cento dos ingressos, sendo que a lotação se esgotou em 80 das 250 sessões, ou seja, um sucesso para um festival especializado no cinema alternativo internacional, segundo os organizadores.

"Estamos muito contentes com esta edição, porque o público ficou bastante satisfeito com a qualidade e a variedade dos filmes selecionados", explicou à EFE Pekka Lanerva, diretor do festival.

O cinema latino-americano, que a cada ano conta com mais adeptos entre o público finlandês, foi também muito aclamado nesta edição do "Amor e Anarquia".

"Selecionamos filmes da América Latina porque há muitas pessoas na Finlândia interessadas em vê-los, já que normalmente eles não chegam a ser exibidos nas salas comerciais e nem sequer passam na televisão", explicou o diretor do festival.

Os filmes latino-americanos que tiveram melhor recepção foram Carandiru, de Héctor Babenco, e Madame Satã, primeiro longa-metragem de Karim Ainouz. Outros quatro filmes argentinos selecionados também despertaram grande interesse do público.

O filme mexicano Japón, de Carlos Reygadas, provocou reações diversas entre o público finlandês, pois embora tenha enchido as salas nas três sessões programadas, sua lentidão narrativa fez com que alguns espectadores deixassem a sala antes do final, um comportamento pouco habitual no país.

Segundo Lanerva, o número de espectadores de "Amor e Anarquia" poderia aumentar consideravelmente se fossem exibidos filmes mais comerciais, mas isto não acontece porque "seria uma decepção para a maior parte do público do festival".

Com um orçamento de 200 mil euros, financiados em sua maioria pela venda das entradas, a intenção do festival é exibir, sobretudo, filmes que contem histórias de jovens de todo o mundo e que mostrem os problemas das pessoas que vivem nas grandes cidades.

Os filmes asiáticos, muito apreciados pelos cinéfilos finlandeses, foram os mais vistos este ano, como o novo de Takeshi Kitano, "Dolls", e o longa-metragem Infernal Affairs, sobre Hong Kong, de Andrew Lau e Alan Mak.

Diferentemente de outros festivais, onde os prêmios, as estrelas e o glamour são mais importantes que os próprios filmes, no "Amor e Anarquia" os cineastas e atores convidados mantêm uma relação próxima e pessoal com o público.

Este ano, os cinéfilos finlandeses puderam desfrutar da presença de 20 convidados, que responderam perguntas do público e que comentaram os filmes após as projeções.

Diretores como o dinamarquês Anders Thomas Jensen, que apresentava The Green Butchers, o britânico Simon Pummell (Bodysong) e o alemão Jochen Hick (Talk Straight) conversaram com os espectadores durante sua visita à capital finlandesa, uma experiência que sem dúvida se repetirá nas futuras edições do festival.

EFE
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