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Cinema

 
 

Miramax busca solução para lançar filme de Moore

21 de maio de 2004 01h39 atualizado às 01h39

Cannes Michael Moore - ele sorrindo close, boa, capas. Foto: Reuters

Cannes Michael Moore - ele sorrindo close, boa, capas
Foto: Reuters

Na esteira da estréia mundial do documentário de Michael Moore Fahrenheit 9/11, na segunda-feira, um novo drama está se desenhando nos bastidores.

Os presidentes da Miramax, Bob e Harvey Weinstein, procuram fechar contrato com nova distribuidora para o filme, que sua empresa-mãe, a Disney, proibiu a própria Miramax de lançar.

De acordo com fontes próximas às negociações, o pacto que os Weinstein procuram é complexo e pode incluir diversas partes numa tentativa de dividir os direitos de distribuição do filme nos cinemas, em vídeo, DVD e na televisão.

A estratégia pode funcionar de maneiras diversas para Michael Moore e os Weinstein.

Moore quer que o filme seja lançado já no feriadão de 4 de julho, para expor ao público sua mensagem antiBush bem antes da eleição norte-americana de novembro.

Isso pode ser problemático para as distribuidoras cinematográficas maiores, que podem não conseguir incluir um filme novo em suas programações lotadas em prazo tão curto.

Mas se os Weinstein optarem por uma distribuidora menor e menos atarefada, capaz de mobilizar-se rapidamente, eles podem procurar passar os direitos de Fahrenheit 9/11 para DVD e TV para outras empresas, possivelmente alguma maior, que tenha mais peso nesse mercado.

Numa distribuidora menor, independente, os Weinstein - que já indicaram que querem ter voz na publicidade e marketing do filme - poderiam exercer mais controle sobre o caminho do documentário, como aconteceu com Dogma, de Kevin Smith.

Embora a Lions Gate tenha ganho boa parte do crédito pelo filme Dogma - outro da Miramax que a Disney obrigou os Weinstein a levar a outra distribuidora -, a Miramax na realidade se envolveu profundamente na distribuição.

A Disney ainda não vendeu seus direitos
O acordo relativo a Dogma é semelhante ao de Fahrenheit 9/11, na medida em que, na prática, os Weinstein estão comprando o filme da Disney.

De acordo com as fontes consultadas, várias distribuidoras estão sendo analisadas.

Mas um fator que afeta o fechamento de qualquer acordo de distribuição é que os irmãos Weinstein ainda não concluíram seu pacto com a Disney para recomprar Fahrenheit 9/11, o que deve ser feito para que qualquer novo acordo possa ser fechado.

Outro fator de complicação é que nem todas as distribuidoras interessadas no filme estão ansiosas para formar uma parceria com os Weinstein.

Acrescente-se o próprio Michael Moore, e qualquer distribuidor potencial, terá que se dispor a negociar com as três personalidades fortes que compõem a troica de Fahrenheit 9/11.

Embora Cannes tenha criado a Fahrenheit-mania, outros filmes também estão despertando o interesse dos compradores no festival, que se aproxima de seus dias finais.

Consta que Comme une Image, da francesa Agnes Jaoui, estaria atraindo a atenção de vários compradores. O filme acompanha a história de um grupo de pessoas díspares que tentam descobrir quem realmente são.

Outro filme da competição oficial que estaria suscitando interesse é Cronicas, do roteirista e diretor Sebastián Cordero. O filme trata de um serial killer do Equador e de um repórter ambicioso de Miami que tenta escrever a matéria mais importante de sua carreira.

The Assassination of Richard Nixon, com Sean Penn, Naomi Watts e Don Cheadle, também teria recebido algumas ofertas, embora as reações a ele tenham sido mistas entre os altos executivos das distribuidoras.

Redação Terra